Técnica de Espalhamento de Luz Estático
Para determinação da massa molecular
Curso de Ciências Moleculares - CCM0224
Lucas Simões, Paulo Castro e Rodrigo Orselli
- Espalhamento é a irradiação em todas as direções por um dipolo induzido devido a uma onda eletromagnética incidente
- Relacionado a fenômenos como visão e cor do céu
- Permite a determinação de ¯Mw, Rg e A2 em soluções poliméricas
Espalhamento em partículas pequenas
Teoria desenvolvida por Rayleigh
Aplica-se a partículas com Rg pequeno em comparação ao comprimento de onda incidente
Luz é um campo eletro-magnético e, na origem, pode ser descrito como:
Ey=E0cos(2πctλ)
O momento dipolar induzido por uma onda eletromagnética polarizada segundo o eixo y será dado por:
p=αpEy=αpE0cos(2πctλ)O dipolo induzido irá espalhar luz para todas as direções
O campo espalhado Es:
- Dependerá do ângulo θy
- Será inversamente proporcional à distância r
- Será proporcional à aceleração da carga pelo momento dipolar d2pdt2
O campo da luz espalhada no ângulo θy será:
Es=−αpE04π2rλ2sen(θy)cos(2πctλ)
O equipamento usado normalmente mede a intesidade de luz espalhada I, onde I=E2Is=α2pI0y16π4r2λ4sen2(θy)
Como normalmente a luz incidente não é polarizada utiliza-se a seguinte equação:
Is=12Isy+12Isz=α2pI08π4r2λ4(sen2(θy)+sen2(θz))
Assim, para n moles de partículas pequenas em uma solução diluída de volume V, teremos:
i0θ=α2pI0nNAV8π4r2λ4(1+cos2θ)Aqui, i0θ denota a intensidade de luz espalhada por partículas pequenas a um ângulo θ do eixo x
Soluções Poliméricas Ideais com Partículas Pequenas
Já obtivemos a intesidade de luz medida i0θ, mas ainda precisamos conectar isso com a massa molecular M
Essa conexão está no índice de polarizabilidade αp, que depende da massa molecular:
αp=n0M2πNAdn0dC
Substituindo αp na equação da intesidade, e substituindo nV por CM, podemos definir a razão de Rayleigh:
R0θ:=r2i0θI0=2π2λ4n20NA(dn0dC)2MC(1+cos2θ)
∴R0θ=KMC
Para uma solução polimérica polidispersa, a razão de Rayleigh pode ser escrita como:
R0θ=K∑iMiCi
Portanto:
R0θKC=∑iMiCi∑iCi=∑iNiM2i∑iNiMi=¯MW
Situações não-ideais
- Solução não-ideal
- Partículas grandes
Soluções Poliméricas Não-Ideais
Assim como é feito com a pressão osmótica, o modo de lidar com soluções não-ideais é adicionando coeficientes viriais da seguinte forma:
KcR0θ=1¯MW+2A2C+3A3C2+...
Pela termodinâmica de flutuações, temos:
KCR0θ=1RT∂π∂C
A expansão virial da pressão osmótica nos dá:
π=RT¯MNC+RTA2C2+RTA3C3+...
Manipulando as duas equações obtemos a desejada para KCR0θ
A2 possui o mesmo significado que na expansão da pressão osmótica, ou seja, nos dá informações sobre a qualidade do solvente.
KCR0θ como função linear de C
KCR0θ=1¯MW+2A2C
Soluções Poliméricas Ideais com Partículas Grandes
A interferência vem da diferença da distancia percorrida pela luz, que depende de θ.
Em (θ=0) temos apenas luz transmitida e não há interferência
Em (θ=π) a interferência é máxima
Para desenvolver um método de extrapolação, definimos:
P(θ):=iθi0θ=RθR0θNote que:
-
P(0)=1
- 0<P(θ)<1 para outros θ, já que a interferência é destrutiva
Pela definição de P(θ), em uma solução ideal, temos:
Rθ=P(θ)R0θ
Portanto:
KCRθ=KCP(θ)R0θ=1¯MWP(θ)
O resultado teórico para 1P(θ) é:
1P(θ)=1+16π23λ2⟨R2g⟩sen2θ2+...
Substituindo, temos:
KCR0θ=1¯MW(1+16π23λ2⟨R2g⟩sen2θ2)
Soluções Poliméricas Não-Ideais com Partículas Grandes
Precisamos agora fazer as duas extrapolações. Assim, temos:
KCRθ=KCP(θ)R0θ=(1¯MW+2A2C)1P(θ)=(1¯MW+2A2C)(1+16π23λ2⟨R2g⟩sen2θ2)Referências Bibliográficas
- http://www.ias.ac.in/initiat/sci_ed/resources/chemistry/physical.html
- Carraher, C.E., Polymer Chemistry 7th Edition, 2007
- Reed, Wayne F.; Andrade, Cristina T.; Michel, Ricardo C., Estudo da Dissolução de Polieletrólitos em Água Pura e em Meios de Força Iônica Moderada, Polímeros Ciência e Tecnologia, vol.9, n.4, p.22-22, 1999
- Wikipedia